Denunciar e combater<br>a precariedade
Arranca na próxima quinta-feira, 18, com a distribuição de um jornal em empresas e locais de trabalho de todo o País, a campanha nacional do PCP «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à precariedade», cuja primeira fase decorre até Junho.
O jornal estará em distribuição até final de Março
A marcar o arranque da campanha inicia-se no dia 18 (de hoje a uma semana) a distribuição de um jornal, intitulado precisamente «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à Precariedade», onde são abordadas questões como precariedade e vínculos, salários, horários, contratação colectiva, propostas do Partido e a valorização da luta dos trabalhadores e das suas conquistas. Esta acção nacional de agitação é, assim, um momento importante desta campanha, não só porque marca o seu início mas também porque dará o primeiro sinal de como a mesma se irá desenvolver na sua forma, conteúdo e objectivos.
A uma semana de distância, estão já marcadas várias acções em todo o País: na Lisnave, em Setúbal; na Amorim Revestimentos, em Aveiro; na Delphi, em Castelo Branco e na Guarda, e ainda, neste último distrito, na Cofiocab e na Serralã; no Centro de Contactos da PT, em Coimbra; e na Almina, na Somincor, no Hospital, na Herdade Vale da Rosa e em várias autarquias no distrito de Beja. Nos próximos dias muitas outras serão agendadas. Dois dias depois, no sábado, 20, Jerónimo de Sousa participa num debate em Lisboa sobre a temática da campanha.
Tendo como pano de fundo a precariedade, a campanha nacional do PCP terá impacto nas empresas e locais de trabalho, em particular nas fábricas, sectores específicos e empresas estratégicas, dirigindo-se a todos os trabalhadores e, em particular, às novas gerações. Ela terá uma expressão particular em sectores e empresas em que a precariedade é «regra», como são os casos das grandes superfícies comerciais, das áreas de distribuição e dos centros de contacto, mas também de áreas profissionais como a cultura e de grandes empresas estratégicas onde, em consequência da sua privatização e desmantelamento, a subcontratação assume hoje um peso considerável. O sector público será também visado.
Ainda no âmbito desta campanha, será dada relevância à Constituição da República Portuguesa, que assinala em Abril o seu 40.º aniversário, e ao património de direitos sociais e laborais que consagra. O 1.º de Maio, data histórica de luta contra a exploração e por horários de trabalho dignos, terá igualmente a devida centralidade.
Afirmar, organizar, unir
A campanha nacional do PCP «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à Precariedade», decidida pelo Comité Central, insere-se na acção mais geral de reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e de todos os trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho. Um dos seus objectivos centrais é contribuir para a promoção da organização, unidade e luta dos trabalhadores em defesa dos seus direitos e interesses de classe. O PCP reafirma assim, e uma vez mais, a sua natureza de partido político da classe operária e de todos os trabalhadores.
Sem passar ao lado do conjunto de problemas que afecta a generalidade dos trabalhadores, como os ataques à contratação colectiva, o alargamento e desregulação dos horários e o congelamento e redução dos salários, a campanha procura dar centralidade à questão da precariedade, desvendando as suas causas e denunciando as consequências que ela acarreta para as condições de vida de milhões de trabalhadores. Em destaque estará também a resistência e luta dos trabalhadores, as vitórias alcançadas e a propostas do PCP para a sua resolução.
A ligação da campanha à actividade institucional do Partido será uma constante: não só haverá deputados envolvidos nas várias acções a realizar como muitas das questões levantadas no decurso da campanha terão seguimento na Assembleia da República.